Fraga encarquilhada pelo tempo, que se perde na história
Fraga gélida, imponente e com memória.
A erosão que o vento te castiga,
Faz um enlace ao traçado da minha vida.
A tua imponência rugas e frieza
Dão contornos únicos a tua beleza.
Deitado no teu colo a ouvir as histórias que tens para mim
Fechei os olhos viajei no tempo
Folheei o livro do sem fim!
Acariciava as tuas rugas, e as gretas expostas ao tempo
No meu ouvido ecoava a tua voz, chorava de tristeza dor e de
sofrimento.
Fraga gigante confidente do universo
Brotas palavras tão belas que não cabem neste verso.
As feridas rasgadas pelo vento agreste, desventrando o teu
corpo
Numa luta titânica contra o tempo, trespassaram-te deixando
morto.
Ó fraga altiva e serena, guardiã de histórias que se perdem
no tempo
Sussurras-me ao ouvido a melodia do sentimento.
Gosto de te contemplar, lá no alto da serra, como se fosses
o adamastor
A herança que em ti encerras, é o testemunho do meu amor.
Amor que simbolizas, nesse corpo rude, escarpado e sofrido
És a bela de uma história onde fico adormecido.
Fraga da minha aldeia, marco geodésico altar para o mundo
Carregas aos ombros, séculos de lendas e mitos onde me perco
feito vagabundo!
Património de Deus ou do homem, um testamento inacabado
Doaste-me um pedaço de ti, que ainda hoje guardo.
A tua voz, num murmúrio trémulo de saudade
Agastada pelos longos anos sem idade.
Viste o meu primeiro beijo, aquele que roubei
Fraga amiga, não contes a ninguém, eu também não contarei!
Um beijo de inocência da minha tenra infância
Dos verdes anos da minha adolescência.
Ainda hoje lá moras, adormecida dentro da tua altivez
Fraga da minha história
Acorda!
Diz comigo
Era uma vez?
DIOGO_MAR
Muitos parabéns!!! Maravilhoso.
ResponderEliminarBeijinhos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Olá, Diogo!
ResponderEliminarEstá muto giro e muito bem construído este poema. Leve, mas profundo.
Aquela fraga é como se fosse sua confidente, porque tem assistido a muitos "carnavais".
Beijinhos e dia muito feliz.
Obrigado Luz, de facto assim é!
EliminarJINHOS
Muy bello escrito, me encantó.
ResponderEliminarUn abrazo para ti
mar
Belíssimo poema, Diogo.
ResponderEliminarE a música é divina.
Grata por sua passagem pelo meu recanto.
Abraço.
Muito bonito, Diogo.
ResponderEliminarGosto de fragas, altivas, mas protectoras no seu silêncio. :)
"Viste o meu primeiro beijo, aquele que roubei
ResponderEliminarFraga amiga, não contes a ninguém, eu também não contarei!" Gostei particularmente desta parte. É bonito imaginar que um objeto guarda tanto e mais que uma pessoa :)
Há lugares e objectos que guardam mais de nós que nós deles...
ResponderEliminarMuito bonito e leve, Diogo. Gostei muito.
Beijinhos
Era uma vez...
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